Nosso Senhor
Jesus Cristo mesmo deliberadamente permitiu Judas Iscariotes ser um apóstolo
por três anos, e deu a ele a santa ceia.
Ele nos
ensinou na parábola do trigo e do joio, que convertidos
e não convertidos
estarão juntos até a colheita, e não podem ser separados.
Nas cartas
para as sete igrejas, e em todas as cartas de Paulo, nós frequentemente vemos
falhas e corrupções mencionadas e reprovadas, mas nunca somos informados que
isso justifica abandonar a comunidade, ou ignorar as ordenanças.
Em resumo,
nós não devemos procurar uma Igreja perfeita, uma congregação perfeita, e uma
perfeita companhia de comungantes até as bodas do Cordeiro.
Se os outros
são religiosos indignos, ou participantes indignos da santa ceia, o pecado é
deles e não nosso: nós não somos seus juízes.
Mas nos
afastarmos das reuniões da igreja, e nos negar as ordenanças cristãs, por causa
daqueles que as fazem indignamente, é tomar um posição tola, irracional e
antibíblica.
Não é a
intenção de Cristo, e certamente não é a ideia de Paulo de separação do mundo.
Eu recomendo
que todos aqueles que desejam entender a questão de separação do mundo que
ponderem calmamente estes seis pontos. Sobre cada um deles muito mais pode ser
dito do que eu tenho espaço neste sermão.
Sobre cada um
deles eu tenho visto tantos erros cometidos, e tanta angústia e infelicidade
causada por estes erros, que eu quero
colocar os
cristão em guarda.
Eu não quero
que eles tomem posições apressadamente, no zelo do primeiro amor, que mais
tarde eles serão obrigados a deixá-las.
Eu deixo
esta parte do assunto com dois pequenos conselhos, que eu ofereço
principalmente para os novos convertidos.
Eu os aconselho,
por um lado, se vocês realmente desejam sair do mundo, para que lembrem que o
caminho mais curto nem sempre é o caminho mais devido.
Brigar com
todos os nossos parentes não convertidos, cortar as antigas amizades, deixar
inteiramente de se misturar com a sociedade, viver uma vida reservada, desistir
de cada ato de cortesia e civilidade para o trabalho direto de Cristo tudo isto pode parecer muito correto, e pode
satisfazer nossa consciência e nos poupar de problema.
Mas eu
arrisco uma dúvida se isso não é um linha de conduta de egoísmo, preguiça e de
auto-satisfação, e se a verdadeira cruz e o cumprimento do dever for negar a
nós mesmo, e adotar uma postura diferente.
Eu os
aconselho, por outro lado, se vocês querem sair do mundo, que vigiem contra um
comportamento azedo, rabugento, antipático, melancólico, desagradável,
grosseiro e nunca esqueçam há algo chamado “ganhar sem palavra” (1Pe 3:1).
Que se
empenhem em mostrar às pessoas não convertidas que os seus princípios, o que
quer que pensem deles, os deixam alegres, amigáveis, bem-humorados, altruístas,
atenciosos para com os outros, e prontos para se interessar em tudo que é puro
e de boa fama.
Em resumo, não
deixe haver separação desnecessária entre nós e mundo.
Em muitas
coisas, como mostrarei em breve, nós devemos ser separados; mas tomemos cuidado
com a separação do tipo certo.
Se o mundo é
ofendido por tal separação nós não podemos ajudá-lo.
Não vamos
dar oportunidade para o mundo dizer que nossa separação é tola, sem sentido,
ridícula, irracional, injusta e antibíblica.
TEM
CONTINUAÇÃO.
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